domingo, 6 de junho de 2010

Não.. por favor, não me deixes

Olho-te nos olhos. Vejo-te baixar a cabeça, e uma lágrima correr pela tua cara.
Por momentos vacilo na minha decisão. O teu calor arrepia-me a pele, mas sufoca-me. Não tenho armas para lutar contra ti. Não sei que fazer sem ti na minha vida. Mas sei que não posso ficar contigo.

Tu olhas-me. Esse olhar deixa-me ler-te o coração. Deixa-me ler o teu desespero, o teu medo.
-Porque é que me deixas?...-pausa- Eu amo-te!
Eu sei que tu estas a beira do abismo, sei que te dói. Eu também te amo, mas não posso dizer-te, seria demasiado, até para nos.
Todo o meu corpo parece lutar contra mim, os meus braços querem abraçar-te, a minha boca beijar-te, o meu coração amar-te... eternamente.

Levanto-me da tua cama e caminho até a porta. Olho para trás junto a porta, com vontade de me aninhar no teu colo.
-Adeus...-pausa- Nunca te vou esquecer...
Obrigo os meus pés a levarem-me para fora deste quarto, desta casa.
A saida oiço-te soluçar, e uma única lágrima cai. Acabou, acabou...

-Não...-soluço- por favor, não me deixes...
O desespero da tua voz quebra algo dentro de mim. Volto-me e corro até ao teu quarto. Caio de joelhos a tua frente e beijo os teus lábios molhados pelas lágrimas.

Um último beijo, um último olhar.
-Amo-te, não vás.
Do meu bolso tiro um envelope amachucado, de tantas a vezes que o segurei nas mãos.
-Quando eu sair lê. Lê sempre que precisares de mim...
Levanto-me e caminho até a porta.
-Amo-te, mas...
Paro junto a porta. Sem olhar para trás respiro uma ultima vez, querendo lembrar o teu cheiro para sempre.
Por favor...-soluço-... não me... deixes...
Saio.

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